Triénio 2005-2007

24-05-2006
Nomeação de Delegados para os Tribunais
 

Barreiros e Proença vão receber queixas da Justiça
Daniel Proença de Carvalho e José António Barreiros são dois dos causídicos convidados pelo conselho distrital de Lisboa (CDL) da Ordem dos Advogados (OA) para exercerem as funções de delegados junto dos tribunais da comarca da capital.



A iniciativa do CDL insere-se num projecto que visa aproximar os advogados dos cidadãos e que prevê também a criação de um local de atendimento nos tribunais com caixa de ‘e-mail’ para reclamações. Como delegados – Barreiros junto do Tribunal da Boa-Hora e Proença de Carvalho no Palácio da Justiça –, os advogados vão ter como principal função receber queixas e reclamações dos cidadãos e operadores judiciários e encaminhá-las para a Ordem dos Advogados, para o Conselho Superior da Magistratura ou para a Direcção-Geral da Administração da Justiça.

Sete Tribunais Abrangidos

Os contactos dos delegados vão ser colocados nas secretarias dos sete tribunais já abrangidos pelo projecto: Boa-Hora e Palácio da Justiça, Tribunal do Trabalho (Fraústo da Silva), Juízos Criminais (Manuel Nobre Correia), Juízos Cíveis (Pedro Branco da Cruz), Tribunal do Comércio (César Bessa Monteiro) e Tribunal de Família (Amílcar de Melo).

No entanto, o CDL já iniciou contactos para colocar, também, representantes nos tribunais da Relação de Lisboa, Administrativo, de Instrução Criminal e no Supremo.

A cada um dos delegados, todos advogados experientes e com mais de dez anos na profissão, caberá ainda manter contacto com o juiz presidente do respectivo tribunal, no sentido de tomar conhecimento dos problemas, designadamente relacionados com as instalações, ouvir propostas e estudar soluções.

Entre os objectivos delineados pelo Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados com a criação da figura do delegado incluem-se ainda a promoção das boas relações com a magistratura, a organização de acções de formação, o combate à procuradoria ilícita e a análise das pendências processuais.

'A Relação parece um Museu'

“Nós pretendemos que os delegados estabeleçam um canal informal entre os tribunais e a Ordem para apresentar, de forma mais rápida, reclamações e petições por parte dos cidadãos e dos vários operadores judiciários”, disse Raposo Subtil, presidente do conselho distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados ao CM.

O dirigente critica a falta de apoio aos cidadãos, considerando que os tribunais precisam ser mais funcionais. “Há uns dias fui ao Tribunal da Relação de Lisboa, que é muito bonito mas parece um museu. Não existem pessoas”, acrescentou Raposo Subtil, revelando que a iniciativa do CDL conta com o apoio da Direcção-Geral da Administração da Justiça, com cuja directora já se reuniu.

Apontamentos

Oito mil Advogados

A comarca de Lisboa é a mais extensa do País. Integra mais de uma dezena de tribunais onde mais de oito mil advogados e cerca de mil advogados estagiários exercem a sua actividade profissional.

Juízes desconhecem

O conselho distrital da Ordem dos Advogados garante que já notificou os presidentes dos tribunais abrangidos pela colocação de delegados. No entanto, a Associação Sindical dos Juízes Portugueses ainda não está a par do projecto, disse ontem ao ‘CM’ António Martins.

Onze Tribunais

A colocação de delegados nos tribunais da comarca de Lisboa engloba, numa primeira fase, sete tribunais: Boa-Hora, Palácio da Justiça, Tribunal do Trabalho, Juízos Criminais, Juízos Cíveis, Tribunal do Comércio e Tribunal de Família. No entanto, o objectivo é abranger onze tribunais, estando a Ordem a desenvolver diligências para colocar representantes no Tribunal da Relação, no Supremo Tribunal de Justiça, no Tribunal Administrativo e no de Instrução Criminal.


Ana Luísa Nascimento
Correio da Manhã - 24 de Maio de 2006



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